terça-feira, 23 de dezembro de 2014

Estou muito triste!

A perda de alguém valoroso sempre nos remete a boas lembranças, e nos permite a certeza de que aprendemos com ele. 
Porque o valoroso deixa legados.
Assim foi, assim é e assim será, porque já está  escrito na história do Avaí, o nome do Homem que hoje nos deixou: João Nilson Zunino. 
Seu trabalho, suas conquistas dentro e fora de campo são um legado esportivo e patrimonial respectivamente, que compõem muitas páginas da nossa gloriosa história.
Conheci  o Dr. Zunino na primeira reunião sobre quem seria o candidato da nossa chapa para a presidência do Avaí em 2002.
Foi no salão de festas do Condomínio do amigo Fábio Botelho.
Eu estava sentada ao lado da Dona Nesi Furlani.
Já estavam presentes muitos Avaianos que comporiam a chapa para concorrer ao Conselho Deliberativo do Clube.
Todos sentados, em círculo, conversamos sobre a necessidade de encontrar, entre nós, alguém com um perfil capaz de presidir o Clube nos próximos anos, caso fossemos eleitos.
De repente entra um homem na sala. Olhos azuis, semblante sério, mas com um sorriso maroto nos lábios, passos firmes em uma postura corporal que me impressionou positivamente.  
Na mesma hora eu me virei pra D. Nesi e disse:
- É ele! Esse aí tem cara de presidente do Avaí.
Até aquele momento eu não conheci o Dr. Zunino.
Não preciso escrever aqui sobre o trabalho desenvolvido por ele enquanto esteve a frente do nosso Clube.  Homem correto e integro, acertou muito mais do que errou. 
Minha empatia e respeito por ele se mantém intactos até hoje.
Concordei, discordei, conversei, apoiei, falei com ele ao pé do ouvido sobre coisas que me incomodavam, elogiei. Me expus como torcedora.
Integro, trabalhador, sincero e cabeça dura, Zunino sempre foi firme em seus propósitos e um crente. Zunino acreditava que os que estavam a seu lado eram tão íntegros e corretos quanto ele. 
Em 2010 me desvinculei do Conselho por discordar do aumento das mensalidades dos sócios.
Em 2011, a pedido dele, retornei.
Me afastei novamente nesse mesmo ano.
E com isso perdi um contato direto e aberto que tinha com ele desde 2002.
Zunino me recebia sempre. Eu me sentia a vontade pra falar com ele tudo o que eu pensava sobre a sua administração, sobre o nosso Avaí. Infelizmente nunca trabalhei ao seu lado, eu era apenas uma amiga, uma 'irmã' na paixão pelo Avaí.
Dr. Zunino era um crente incorrigível e defensor abnegado daqueles que trabalhavam com ele em prol do Avaí.  Delegava e acreditava. Muitos souberam corresponder a sua amizade, confiança e expectativas enquanto alguns, com certeza, o decepcionaram.
Sinto falta dele a muito tempo.
Sinto falta das nossas conversas, do seu olhar, do seu sorriso, de ouvir ele xingando quando as coisas não aconteciam como ele esperava e confiava.
Sinto falta da pessoa que  conheci e me conquistou naquele primeira reunião.
Eu sempre gostei dele e ele sabia disso.
Lamento que nós dois ficamos afastados nesses dois últimos anos.
Lamento mesmo!
Agradeço tudo que ele fez pelo nosso Avaí. Escreveu seu nome na nossa História. Agradeço sua força e luta diante de muitas adversidades e decepções que a administração de um Clube de Futebol trás.  
Fico com a lembrança das nossas conversas ao pé do ouvido, quando eu falava as coisas que eu não estava gostando e ele me olhava com seus olhos azuis, dizendo:
- Katinha, Katinha, não é bem assim Katinha!
Estou muito triste, Avaianos. Muito triste.


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